no norte do RS

'Não atira, ele é trabalhador', gritou colega de jovem morto em Marau

Jaiana Garcia

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: arquivo pessoal
Gustavo foi enterrado nesta segunda-feira em Santa Maria

Foi enterrado, na manhã desta segunda-feira,  no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria o corpo de Gustavo dos Santos do Amaral, 28 anos, morto em um confronto entre a polícia e bandidos, em Marau, no norte do Estado. Gustavo era engenheiro eletricista, formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e estava a trabalho na montagem de um transformador no município. 

De acordo com a ocorrência policial, o carro que Gustavo dirigia foi atingido por uma camionete que teria sido roubada em Casca, a 32km de Marau, durante fuga de barreira da Brigada Militar (BM).

Ele estava com três colegas no momento em que foi baleado. Um deles conta que o grupo estava indo trabalhar, por volta das 7h45min de domingo, quando avistou as viaturas da polícia na estrada. Em seguida, começou o tiroteio. Gustavo, que estava no volante, parou o carro no acostamento.

_ Eu comecei a gritar pedindo para todos se abaixarem. A camionete roubada bateu no nosso carro e nós saímos para ficar ao lado do veículo, tentando nos proteger dos tiros _ explica Evandro Motta, 31 anos, montador eletricista.

De acordo com Evandro, tinham outros carros parados atrás deles e Gustavo, em pânico, correu em direção a esses veículos. Nesse momento, conforme o colega, ele viu o policial andando no meio da estrada, indo em direção ao engenheiro e começou a gritar: "não atira, ele é trabalhador". Em seguida, o policial efetuou o disparo.

_ Eles falaram que foi bala perdida, mas não foi. Eu estava há menos de dois metros, eu vi. Em nenhum momento ele deu voz de prisão, mandou ele deitar, se abaixar, algemou. Ele chegou atirando para matar _ relembra. 

INVESTIGAÇÃO
A Polícia Civil (PC) de Marau instaurou inquérito para investigar o caso. De acordo com o delegado responsável, Norberto Rodrigues, são aguardados os resultados da perícia e, ainda esta semana, devem começar as oitivas. 

_ Não dá para adiantar conclusões. Todas as versões serão investigadas, mas não podemos acreditar no que circula pelas redes sociais. Me solidarizo com a família do jovem envolvido nessa tragédia _ disse o delegado. 

O 3º Regimento de Polícia Montada de Passo Fundo também abriu inquérito policial militar para investigar o caso. Segundo o tenente coronel Volnei Ceolin, comandante do Regimento, a brigada busca colher provas de como aconteceu a ação, que teve a participação de dois policiais militares. 

_ Queremos saber de onde partiram os tiros. Era uma ocorrência delicada e perigosa _ afirmou.

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